O bullying acontece
frequentemente entre crianças em idade escolar e é um comportamento indesejado
e agressivo que envolve um desequilíbrio de poder. È um comportamento com
potencial a ser repetido, ao longo do tempo.
Tanto as crianças maltratadas
como as que intimidam, tendem a vir a ter problemas de insucesso escolar e na
capacidade de se relacionar com os outros, o que terá um efeito negativo nas
suas vidas a longo prazo.
A imagem estereotipada de um bully (agressor)
como alguém resistente e autoconfiante precisa de uma revisão, pois de acordo
com vários estudos a grande maioria dos bullies são também eles próprios
vítimas. A maioria dos agressores é mais propensa a sofrer de
baixa autoestima e problemas comportamentais. Geralmente são os que sofrem os
mais altos níveis de depressão, raiva, paranoia, falta de sensibilidade emocional e comportamento
suicida, e que por norma menos gostam da escola. A longo prazo existe maior
risco de desenvolverem problemas de saúde mental, como depressão, ansiedade e
abuso de substâncias.
Compreender
o como e o porquê de um bully utilizar um comportamento agressivo é a chave
para aprender como se lida com situações de bullying.
Uma
razão comum para uma criança ser um bully deve-se na grande maioria dos casos à
falta de atenção por parte dos cuidadores o que vai provocar na criança a
necessidade de “chamar a atenção”. Isto pode incluir crianças negligenciadas,
filhos de pais divorciados, ou crianças com pais sob influência regular de
álcool ou drogas. Outras razões prendem-se com crianças cujos pais não sabem
lidar bem com conflitos (irritação, violência) ou que têm como modelo adulto alguém
com características de bully.
A
grande maioria das vezes as crianças são agressoras porque foi este o
comportamento aprendido em casa. Mas felizmente é um comportamento que pode ser
“desaprendido”.
Os
bullies desejam poder e atenção. Apresentam falta de empatia e vêm as crianças
mais frágeis como alvos fáceis. Não aceitam as consequências das suas ações e
tendem a culpar os outros.
A
maioria dos bullies não percebe o quão errado é o seu comportamento e como ele
faz sentir o colega.
No
fundo, a maioria dos bullies precisa de tanta ajuda como as suas vítimas pois
uma pessoa com uma boa autoestima, estável e feliz não necessita de rebaixar os
outros para se sentir bem consigo própria, não precisa de se sentir superior
porque sabe que somos todos iguais e que a diferença faz parte do mundo em que
vivemos e o respeito por ela só nos torna mais humanos.
Veronique
Rousselot Neves
Enfermeira
da Unidade de Cuidados na Comunidade Maria Dias Ferreira