FERREIRA do ZÊZERE ( ode pouco triunfal a tanto sinal )

Poema de Ana Ferreira a propósito da colocação do horário nos sinais de cargas e descargas que entretanto já teve resolução.

FERREIRA do ZÊZERE
( ode pouco triunfal a tanto sinal )
Fixo-te o olhar

e o que vejo,
não reconheço!

De pouco me valeu ter ido a Tomar,
assomar p'ra poder afirmar,
p'ra ver como é diferente,
o sinal daquela gente!

E então eu pergunto-me :
em que secretaria
ou serralharia
ficou perdida
a informação
que nos faz perder a razão?

Fotografo-te, engadanhada de frio!
( que bem sabia um figo algarvio!)
Oxalá não tenhas direitos de autor
p'ra ninguém usar o bloqueador!

Rangem-me os dentes.
Tremem-me os dedos.

Nada disso interessa!
Se houver retorno concessivo,
nenhum sacrifício é excessivo!

Depressivo anda o povo
por seres, ó sinal, omisso e opressivo!
Que horror!
Nem no Kosovo ou Moscovo
há tanto terror!

Nas horas adormecidas,
posso ou não posso estacionar?



Quando tudo dorme
e ninguém consome
mais absurda é a multa
que, por estares, ó sinal,
despido de informação,
nos chegam em catapulta!

Quero saber quando posso chegar
e quando tenho de partir!
Temos de admitir :
o desespero desperta,
já estamos a fumegar!

O povo vê-se grego!
Dêem-nos sossego!

Dêem-nos paz!
Ouve lá rapaz,
põe lá o horário,
antes que te mande p'ró

( ai que ía sendo )
Que regulamento
de cargas e descargas
é o deste município?
Já sinto Flores,
tu que és um mãos largas,
até mandaste vir o Matias Damásio,
neste ano eleitoral,
melhora lá o sinal,
antes que nos ponhas Loucos!

Antes que me voltem a calar o bico,
se faz favor,
acalma as nossas chagas!

Mostra empenho
p'ra que fraco não seja o nosso poder,
nem vão o nosso querer!

Nota do autor : como está bem explícito, esta ode é dirigida aos sinais de parqueamento ferreirense!
Espero que eles não me bloqueiem!