Domingo de Páscoa

Manhã de todas as manhãs

bendita sejas
porque nos trazes
o ressuscitado 
que brotou do coração da terra.
Chamamos-lhe túmulo, sepulcro.
mas depois do que contigo se passou
é como o ventre materno donde brota a vida.

O túmulo é também uma gruta. 
Belém testemunhou a tua humanidade
aqui, gélido e vazio 
atesta, no silêncio da manhã, a tua divindade.
Só ela é capaz de vencer a morte.
Derrotaste a morte,
a tua e a nossa morte,
e abriste, rolada a pedra, 
o caminho da luz a todos os falecidos 
nos sepulcros da vida.
Depois do teu túmulo vazio
não há escuridão que nos amedronte.

Pe. António Rego (www.rr.pt)